27 de dez. de 2012

Melhores Discos que eu ouvi em 2012

Baroness - Yellow



Não consegui baixar ou ouvir o seu irmão gêmeo (a parte "Green" do disco), mas como considero as duas partes independentes, decidi colocar esse disco na lista. O Baroness foi bastante ousado e quebrou os limites do gênero por adicionar ao seu som doses fortes de melodias que parecem ser provenientes de bandas alternativas como o Radiohead em seus mais inspirados discos e também por adicionar as canções fortes doses de psicodelia. Com esse disco o grupo alcança o mais alto patamar do gênero e se consagra como um dos novos gigantes do gênero, lugar hoje justamente ocupado por grupos como o: Mastodon, Machine Head e tantos outros. Link da resenha


2º Norah Jones - Little Broken Hearts




A dor de corno de Adele gerou o sensacional 21, o mesmo sentimento levou Norah Jones a compor seu disco mais delicado e intimista. Ouvir "Good Morning" é como estar diante de um quadro impressionista de mestres como: Monet e Renoir, apreciando os belíssimos jogos de luz de seus quadros. O disco exala uma melancolia que em nada soa artificial e dá um charme maravilhoso ao mesmo, Norah Jones pode não ter o vozeirão de cantoras como Adele, mas sua voz é de uma beleza tão marcante que faz com que toda aquela "pirotecnia" dessas novas cantoras pareça algo totalmente desnecessário. Transformando seu sofrimento em uma bela obra de arte, Norah me ofereceu um mar de emoções sinceras e delicadas ao qual fico muito agradecido. Link da resenha

  Soulfly - Enslaved



Max Cavalera e sua banda entregou uma obra que está pau a pau aos grandes clássicos do Sepultura. Enslaved é um Thrash com doses vigorosas de Death Metal e Groove Metal, de certa forma é o que o Sepultura fazia, só que o disco soa mais moderno e também percebemos um flerte com o Black Metal. Um dos grandes destaques do disco são as sensacionais: "Plata o Plomo" (que apresenta elementos da música flamenca), "Gladiator" com sua "saladas de riffs matadores" e faixas violentas como "World Scum" (com participação do vocalista do Cattle Decapitation, Travis Baker) e "American Steel". Link da resenha

4º  Frank Ocean - Channel Orange




Esse disco é um tiro na comunidade homofóbica de Odd Future e uma prova inequívoca do absurdo talento de Frank Ocean que faz um R&B com doses de Soul e Hip Hop, flertando também com diversas correntes eletrônicas. Moderno, bem produzido sem nunca soar artificial, Channel Orange é como o ,Sergio Martins,  bem disse: "uma aula de música negra contemporânea". Um fator a destacar é a voz de Frank Ocean que sempre foi um destaque na cena hip hop mainstream devido a sua sensibilidade, característica que podemos ver claramente durante todo o disco e principalmente em: "Pilot Jones", "Bad Religion" e no hit "Thinkin About You".

5º Paradise Lost - Tragic Idol


Riffs carregados de melodias, peso na medida certa, atmosferas soturnas, vocais potentes, excelente produção essa é a formula do novo disco que reconecta o grupo a suas raízes doom e dizem muitos que se trata de um dos discos mais pesados do grupo. Depois desse vou correr atrás dos outros discos da banda. Link da resenha

6º Lacuna Coil - Dark Adrenaline


O Lacuna Coil estava devendo um bom disco depois do irregular "Shallows Life" e a banda deu a volta por cima com esse sensacional lançamento. Pesado, com leves pinceladas góticas, moderno e sem medo de chocar os conservadores, o grupo lançou aquele que é provavelmente o seu melhor trabalho. Carregado de hits marcantes que exploram a ótima dupla de vocais formada por Scabbia e Ferro a um instrumental melhorado em comparação com tudo o que a banda já fez. Vale a conferida em faixas como: "Trip The Darkness", "End Of Time" e a excelente releitura de "Losing My Religion" do R.E.M. Link da resenha

7º Beach House - Bloom


Etéreo seria a palavra certa para definir as melodias viajantes do duo composto por Victoria Legrand e Alex Scally. Seu som é rotulado como Dream Pop e isso de certo modo é curioso, pois ouvi o disco deitado na minha cama enquanto me recuperava de um forte gripe que estava me deixando imóvel, e o trabalho do grupo é tão belo que  tive a sensação de estar tendo um belo sonho.

8º Patti Smith - Banga


Ignorei esse lançamento inicialmente, até que por indicação do Sergio, decidi dar uma chance a esse disco. Ainda sim, foi um dos últimos discos que eu ouvi esse ano, e de certa forma talvez isso tenha sido bom, pois fechei esse ano com chave de ouro. Vivemos em tempos onde a letra não passa de um mero acessório para a música e cantoras como Patti servem para mostrar que elas são muito mais do que isso, que as letras podem estar a par de qualidade com as canções. Nesse disco há ricas citações a personagens famosos, entre elas as tocantes: "This Is The Girl" e "Maria", e a divertida: "Banga". 

A impressão que tenho ao ouvir esse disco é que se trata de um sarau em que a poesia e a música dividem o espaço de forma simultânea sem nunca um atrapalhar o outro, "Constantine's Dream" é um poema monumental sendo declamado ou uma canção? provavelmente os dois. O cover de "After The Gold Rush" é de levar o ouvinte as lágrimas tamanha a pungência da interpretação de Patti.

9º Jessie Baylin - Little Spark


Esse disco é de uma beleza e simplicidade (no sentido de as faixas pegarem o ouvinte logo de primeira) encantadoras, Baylin tem um dos timbres mais bonitos que me lembro e sua interpretação delicada é irresistível. Esse álbum é a prova de que não é necessário ter um vozeirão para ser uma excelente cantora.

10º Borknagar - Urd



O Black Metal é um dos estilos mais apaixonantes do heavy metal e grupos como esse ajudam a manter o gênero vivo, pois procuram se superar e diversificar suas composições a cada disco lançado. Borknagar é progressivo, mas não no sentido pirotécnico da coisa e sim no sentido de que suas composições são muito bem elaboradas e carregadas de momentos cativantes. As faixas não são muito longas e seu desenrolar sempre reserva novos elementos interessantes fundindo a brutalidade típica do estilo com a elegância de riffs marcantes e melodias vocais de muito bom gosto

12 de dez. de 2012

Divulgados os Escolhidos Para a Rock And Roll Hall Of Fame 2013

Em cerimônia realizada no Nokia Theater, em Los Angeles, com apresentação do baixista Flea, do Red Hot Chili Peppers, foram anunciados os nomes para indução ao Rock And Roll Hall Of Fame 2013. Os selecionados foram: Rush, Heart, Public Enemy, Donna Summer, Albert King, e Randy Newman. Os fãs ajudaram na escolha, mas não muito, pois artistas muito votados como Deep Purple e Joan Jett and The Blackhearts não entraram na lista. A cerimônia de indução também ocorrerá no Nokia Theater, no dia 18 de abril.

Tirando o fato de eu nunca ter entendido porquê artistas que nada tem a ver com o rock, como Madonna (artista pop) e agora Donna Summer (pop/disco), Public Enemy (rap) e Randy Newman (pop/compositor de trilhas sonoras de filmes) estarem em uma calçada da fama do ROCK, e também não entender porquê artistas como o próprio Deep Purple e a Joan Jett (só pra citar os exemplos que poderia, ir este ano) não serem indicados em detrimento dos acima citados, esta foi uma boa escolha. Eu gosto muito do hard do Heart, do rap do Public Enemy (sendo até uma das bandas de rap que eu mais gosto) e, apesar de ainda não ter ouvido o Rush ainda (minha lista de álbuns a ouvir está enorme e inclui até mesmo o próprio Rush), tudo o que eu já li e ouvi sobre o Rush é que a banda é ótima.

Então, parabéns às bandas selecionadas e, para comemorar, uma música do Rush.


10 de dez. de 2012

Mais presentes


Rainbow - Rising


Dio - The Last In Line


Mastodon - Crack The Skye


Arthur Rimbaud - Poesia Completa


1001 discos para ouvir antes de morrer

Eu estava pensando em montar um blog para transcrever os artigos desse livro para lá, assim mesmo o leitor que não possui esse guia, poderá consulta-lo e usufruir de suas indicações.

6 de dez. de 2012

Anunciados os Indicados ao Grammy de Hard Rock/Heavy Metal


Ontem foram anunciados os indicados ao Grammy de melhor performance de Hard Rock/Heavy Metal. E, apesar de ser um prêmio reconhecido da mídia, como toda lista (seja ela feita por amadores ou profissionais), sempre será polêmica (mesmo eu achando esta lista razoavelmente boa). Bem, antes de comentar a lista, eu vou reproduzi-la aqui para vocês saberem de quem se tratam os indicados.


ANTHRAX - "I'm Alive"
Track from: "Worship Music"
(Megaforce)
HALESTORM - "Love Bites (So Do I)"
Track from: "The Strange Case Of..."
(Atlantic)
IRON MAIDEN - "Blood Brothers"
Track from: "En Vivo!"
(Ume)
LAMB OF GOD - "Ghost Walking"
Track from: "Resolution"
(Epic)
MARILYN MANSON – "No Reflection"
Track from: "Born Villain"
(Cooking Vinyl)
MEGADETH - "Whose Life (Is It Anyways?)"
Track from: "TH1RT3EN"
(Roadrunner)

Para começar, acho meio injusto o fato do prêmio unir, em uma só categoria, dois gêneros tão distintos como hard rock e heavy metal. Claro que ambos têm raízes em comum e fazem parte do mesmo estilo musical, mas unir os dois em uma única categoria é um exagero. Isso só atesta a má vontade da grande mídia com o rock e o metal. Que, unido ao pouco caso, preconceito e ignorância da população em geral com o rock e o metal, comprovam que o maior problema do rock hoje em dia não é ter poucos artistas bons, como alguns acham, é toda a geração atual, que não se identifica com o rock (a maioria, óbvio que há exceções) e suas ideias, preferindo escutar outros tipos de música mais "fáceis de ouvir". Mas creio que acabei fugindo do assunto,e ademais isso é assunto para outro artigo em uma outra hora.

Nessa lista, os favoritos são (obviamente) o Megadeth e o Iron Maiden e eu acho difícil para os outros concorrentes ganharem o prêmio, apesar de, ao meu ver, o Antrax também ser uma boa escolha (ainda não ouvi as outras bandas indicadas para tirar uma conclusão, exceto o Marilyn Manson, cuja música eu não gosto). Enfim, boa sorte às bandas envolvidas, e apesar de eu não ser muito fã desses prêmios de música pelo fato de eles sempre pesarem mais a popularidade do artista em detrimento de sua música, ainda assim reconheço sua importância pois dá uma ótima visibilidade para as bandas envolvidas, fazendo com que mais pessoas conheçam seu trabalho e, quem sabe, possa ser a porta de entrada para mais pessoas descobrirem o mundo do rock.

Convite

Quero convidar alguns leitores a mandarem para o email do blog os seus top 10 relativos ao ano de 2012.

Email do blog: Guiadometal@gmail.com

4 de dez. de 2012

Pensamentos avulsos


Estudar é uma das mais belas coisas que existem, especialmente quando estudamos aquilo que nos interessa,  mesmo as coisas desagradáveis se tornam agradáveis depois que são entendidas. O discernimento acerca das coisas demanda tempo e carinho para com o objeto de estudo, por esse motivo os jovens de hoje tem tanta dificuldade em estudar. O costume de fazer muitas coisas e as distrações habituais dessa fase são os principais rivais desses pobres seres.

Acho até engraçadinho a ingenuidade e inocência intelectual dos jovens de hoje, claro que isso os transformam em seres fracos, facilmente esmagados por aqueles que detêm a erudição. A falta de leitura e reflexão dos homens do século XXI são sua principal fraqueza, os que lêem muito, pecam por vicissitude e os que nada lêem sobre o que podem refletir? O grande problema desse século é o medo que as pessoas tem de refletir.

Por medo de pensarem se ocupam de tantas coisas e querem sempre se ver rodeadas de gente. Devido a isso vemos tantas criaturas "cândidas"* e robóticas nos dias de hoje. Refletir é algo que se faz sozinho e é extremamente importante para que nós organizemos nossos pensamentos, afim de podermos concluir algo sobre o que aprendemos,  evitando que sejamos condicionados ao erro, em suma para podermos pensar por nós mesmos.

Pensar por si mesmo é uma atividade deveras difícil, pois exige: senso crítico, estudo, reflexão, enfim coisas praticamente ausentes em grande parte das pessoas. Os que lêem muito também não pensam por si mesmo, pois como dizia Schopenhauer: "O meio mais seguro para não possuir nenhum pensamento próprio é pegar um livro nas mãos a cada minuto livre".

Porque Schopenhauer afirma isso? É fato que quando lemos um livro nós ficamos completamente passivos aos pensamentos do autor e senão pararmos para peneirar as informações, nós concordaremos com tudo que está escrito. E como iremos refletir sobre alguma coisa se  não pararmos de ler por um segundo? Por isso existem um número imenso de fanáticos, eles não filtram a informação, simplesmente absorvem tudo.

Muitos alunos são assim, meros absorvedores de conhecimento, alguns deles passam no vestibular, pois o vestibular quer apenas decoradores de detalhes e não indivíduos pensantes. O que eles fazem com a filosofia e apenas mandar que o aluno decore o que cada filosofo disse e pronto. Não vejo incetivo ao pensamento e nem vontade de se pensar por partes desses indivíduos.

Imagino a reação desses alunos se algum dia o vestibular ou alguém os convidasse a discutir empirismo e inatismo cartesiano, ao invés de decorar trechos dos livros dos respectivos representantes dessas escolas de pensamento. Os maus alunos e os decoradores de conceitos iriam tremer, pois eles nunca se deram ao trabalho de refletir sobre as obras, se esforçaram apenas para decorar o que cada livro dizia.

Os pensadores e verdadeiros possuidores do conhecimento não só sabem o que o autor diz, como também tem sua própria opinião acerca do que leem  Os verdadeiros falam dos autores clássicos como se falassem de velhos amigos ou de qualquer pessoa conhecida, com propriedade e explicitando os motivos que os levam a gostar ou desgostar de certo autor.

Apenas crianças interrompem uma leitura por ler algo que não concordam, a diversidade de pensamentos de cada autor é responsável por cultivar a diversidade de pensamento na cabeça dos verdadeiros estudantes. Me pergunto se alguém consegue ler Sócrates e depois ler Nietzsche de forma passiva, pois para qualquer pensador isso seria impossível visto que a leitura de Nietzsche obriga o leitor a pensar e se posicionar acerca das idéias de Sócrates.

Acredito que é por isso que as idéias de Nietzsche são tão fortes, ele queria mobilizar o leitor, tira-lo do seu conforto. Nietzsche não escreve para idiotas e passivos, escreve visando formar "homens do conhecimento" e não alunos decoradores que não estão nem ai para o conhecimento, alunos que querem mesmo é passar nos vestibulares e concursos visando dinheiro e algum prestigio social.

Depois de conquistar o dinheiro, esses falsos intelectuais se esquecem de tudo que aprenderam, pois não lhes servem mais.  O que será que os grandes escritores, filósofos e pintores diriam se soubessem que suas obras foram usadas unicamente como escada social? Não há uso mais repulsivo das artes do que esse, por esse motivo aqueles que desprezam completamente os estudos merecem mais respeito do que esses falsários.

Por saber disso não fico encantado em ver que tal instituição tem os alunos com as maiores notas no vestibular, maior índice de aprovação. Na verdade tenho a essas instituição até um certa repulsa, pois quanto maior é o foco dado a vestibulares, mais mecânico é o tratamento dado ao conhecimento. A instituição quer que você passe no vestibular, mas não por você e sim por eles, pois os dados positivos de aprovação no vestibular atrairão mais alunos para essas instituições, gerando assim mais dinheiro para elas.

Em algumas dessas instituições a única coisa que se salva são os professores, não todos, mas alguns que ainda se preocupam com o conhecimento e com bem estar de seus alunos. Eles também querem que você seja bem sucedido no futuro, mesmo que isso não lhes gere nenhum beneficio, o simples fato deles serem responsáveis pelo seu sucesso já basta.

A mente de um bom aluno é um recipiente vazio onde sempre há espaço para novos conhecimentos, a mente de um aluno excepcional também é um recipiente, só que esse recipiente possui peneira e descarta aquilo que por acaso foi absorvido e não é verdadeiro, não é um recipiente vazio, pois o aluno excepcional busca incessantemente o conhecimento de modo que sua mente já sabia algo a priori. As únicas drogas consumidas por um aluno excepcional são as artes e os amores, pois essas elevam o ser.

Mesmo depois de tanto estudar e de ter obtido com isso o merecido reconhecimento e dinheiro, o aluno excepcional continua estudando, pois a felicidade precisa ser conquistada diariamente, visto que não é possível obtê-la em definitivo. O aluno excepcional não se mata de estudar, estuda o necessário, os momentos em que não estudam são de descanso, reflexão e gozo e também de coisas ruins, da qual não estamos livres.

As artes são o combustível para a felicidade eterna, pois por mais tempo que nos dediquemos a ela, nunca desvendaremos todos os seus mistérios, não no nosso curto tempo de vida. O prazer obtido através de sua apreciação está entre os maiores que o homem pode sentir em vida, quando tal obra já não causa a mesma euforia que causava antes, basta procurar outra obra.

Os apreciadores da arte não tem de modo algum desprezo pela humanidade, como podem odiar os homens sabendo que os mesmo são responsáveis por coisas tão belas? Vejo a negação de Deus ou o afastamento do mesmo como o aspecto mais humanista da filosofia, o cristianismo faz o homem se sentir um verme perante a enormidade de Deus.

Voltando ao tema inicial, imagino que vocês leitores desse blog entendem do que estou falando, pois um ouvinte de heavy metal, passivo em relação ao que ouve sequer é um fã do gênero, um que aceita todo o estereótipo do estilo é semelhante a um aluno decorador e todos os exemplos dados aqui cabem nele. O melômano fã de heavy metal, pensa por si mesmo, caso contrário jamais teria tido contato com o gênero visto que ouvir esse tipo de música ainda é muito mau visto pelas pessoas em geral.

O verdadeiro ouvinte de heavy metal ouve o estilo porque gosta e está alheio ao que as outras pessoas pensam a respeito dele, sua opinião não é imutável e sempre passa pelo crivo da reflexão o que o permite separar o joio do trigo nesse gênero onde reinam os charlatões tradicionalistas.

Invito a todos os meus leitores a refletir agora que o texto se encerra.

* Faço uma referência ao personagem do livro Cândido do filosofo francês, Voltaire. Personagem conhecida por sua ingenuidade.

29 de nov. de 2012

Coluna do Pop: The Soul Sessions Vol 2 (2012)

Gosto bastante dessa cantora inglesa, tendo inclusive por seu primeiro disco uma grande consideração e até o colocaria em listas do que de melhor foi produzido por essa nova geração do Soul.

O primeiro disco primava por interpretações bem estudadas, escolha precisa de repertório não se limitando apenas ao que é mainstream, arranjos interessantes aliados a uma voz fresca e potente.

Se esperava o mesmo da continuação lançada nove anos depois e posso dizer que ao ouvir de forma apressada esse cd, cheguei a coloca-lo entre os melhores do ano, entretanto uma audição mais cuidadosa revela alguns lapsos.

Um dos primeiros e mais graves erros do disco consistem em um estudo descuidado da forma de abordar canções soul, o que deveria ser básico para uma cantora do gênero. Essa observação fica clara na abordagem esterilizante que ela dá a canção, "Pillow Talk", de Sylvia Robinson, privando-a de quase todo o cunho sensual presente na interpretação original, transformando a música em um single radiofônico sem profundidade e "moralizado", mero exercício vocal.

Uma escolha acertada foi a versão de "High Road" que ganhou bastante na voz potente e de belo timbre da inglesa, os arranjos e o coral deram a música um clima retrô bastante interessante e tornaram essa uma das melhores faixas do disco. A releitura de "While You're Out Looking For Sugar" não apresenta muita diferença da original, mas o interessante de releituras que não alteram muito e tirar a música do esquecimento e apresenta-las ao grande publico que é geralmente bem ignorante quanto ao Soul clássico underground, nisso Joss Stone acertou.

Uma das grandes virtudes de Joss Stone é o total controle técnico que ela tem de sua voz e da beleza flamejante da mesma. Essa característica a favorece bastante na releitura de "Teardrops", pois a cantora original era bem inferior a Joss nessas duas características e algumas palavras do fraseado original saiam feias, entretanto a minha crítica vai para o arranjos que retiram todo o clima animado que o original transmitia ao ouvinte, o que evidentemente contribui para o enfraquecimento da canção.

Outra música legal que Joss Stone tira do báu e a até conhecida, "(For God's Sake) Give More Power To The People", da banda Chi-Lites. Pouca coisa muda nessa releitura, o interessante mesmo é ver a canção ser conduzida por apenas uma voz núcleo diferentemente da original. Acho desnecessário apenas alguns virtuosismos vocais que resvalam para o campo do Histrionismo nessa interpretação.

A melhor faixa do disco é "I Don't Wanna Be With Nobody But You" devido a sublime interpretação que Joss Stone emprega a essa canção, especialmente nos últimos versos que saem de forma quase chorosa. Joss Stone para provar que não foi um golpe de sorte também arrebenta em "The Love We Had (Stayed On My Mind)" com um belíssimo agudo no clímax da canção.

A versão de "Sideways Shuffle" é bem mediana, pois a canção perde o tom mais fofo que Linda Lewis dava a versão original, os arranjos são praticamente os mesmos e Joss Stone é estática na interpretação dessa canção. "I Got The Blues" também é bem fiel a original, e Joss Stone se mostra bastante competente nessa releitura.

"Stoned Out Of My Mind" é uma canção bem bacana, mas "Then You Can Tell Me Goodbye" fecha o disco de forma negativa, pois foi completamente descaraterizada pela Joss Stone e seus arranjadores, o clima retrô delicioso da canção original foi substituído por um clima bobinho e uma interpretação insossa e forçada de Joss Stone.

Eu apostava muito no potencial desse novo disco e ainda que não seja uma decepção, pois tem momentos muito bons, se esperava muito mais do sucessor da excelente primeira parte, que havia lançado a cantora ao estrelado.

Nota: 7,5 ********1/2

Uma citação interessante



Uma pequena citação de Aretha Franklin em uma música do Rhapsody é algo que eu não imaginava ver.

25 de nov. de 2012

Presentes de Aniversário!


Shadowside - Inner Monster Out



Judas Priest - British Steel


Norah Jones - Come Away With Me


Cyndi Lauper - She's So Unusual


Madonna - Ray Of Light


Slayer - Reign In Blood


Martha Argerich - Argerich Plays Chopin


Aretha Franlin - Lady Soul & I Never Loved a Man The Way I Love You


Esses foram só os cds que eu comprei ontem, ainda comprarei mais

15 de out. de 2012

Prefacio: Música boa x Música ruim

Esse é um tema muito debatido por todos os melômanos, entretanto alcançamos pouca conclusão acerca do mesmo, para muitos se trata de abstrações que variam de pessoa para pessoa. Na verdade é muito difícil manter uma discussão com qualquer fã de música a respeito desse tema, devido as opiniões divergentes e a falta de formalidade e educação dos fãs, nesse cenário também entra as falácias e preconceitos.

Para se avaliar o conteúdo e a qualidade de uma música, que métodos usamos?  quanto tempo dedicamos a degustação de uma música? é necessário conhecer técnica? Os métodos geralmente se baseiam na experiência e gosto pessoal da pessoa que aprecia a música, alguns acompanham a letra e outros escutam atentamente os mínimos detalhes, tentando captar as minucias do som. A quem gosta ainda de conhecer sobre a técnica que envolve as música que ele aprecia, isso ao meu ver é bastante interessante, pois penso que conhecimento nunca é demais, visto que o mesmo é infinito, e nunca alcançaremos sequer a cauda deste.

Entretanto se prender a técnica para analisar uma música é perder muitos detalhes, como por exemplo:


"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
Olavo Bilac

Olavo Bilac foi um escritor parnasiano, estilo famoso pela grande técnica dos seus escritores, muitos textos do gênero são pura pirotecnia e deliciam os amantes da língua portuguesa formal até os ossos (o que não é o meu caso). Se olharmos apenas para a técnica que cerca o poema, realmente teremos um grande material para falar, por causa das rimas ricas em esquema: a/b/a/b e principalmente devido ao formato de soneto alexandrino, um dos mais dificieis de todos.

Entretanto uma análise obsessivamente técnica ignora por completo o lirismo desse poema, que ao meu ver consiste na verdadeira qualidade do mesmo, pois de poesias que primam pela maestria técnica, o parnasianismo está cheio. Se você não gosta de poesia ou tem dificuldade, ou melhor ainda, não entendeu o motivo do autor ter usado um poema para falar de música, lhes digo que usei por causa de uma música do grupo Kid Abelha e da proximidade que a poesia tem com a música.


Aconselho que acompanhem a música lendo o poema acima, a poesia sempre me parece mais clara quando declamada. Creio também que a Paula Toller explicite a faceta mais lírica da poesia. Vamos a outra exemplificação:

A Morte de Marat do pintor francês, Jacques Louis David, é um dos meus quadros preferidos, considero inclusive uma das mais belas obras de arte da história. A ilustração ao lado é só para você ter noção, pois a mesma está meio distorcida, escondendo os vários traços de beleza que vejo na obra.

Apesar de conhecer muita coisa acerca do quadro, pouco sei a respeito da técnica, que nesse caso em especial tem papel secundário, não adianta muita coisa saber a técnica, pois a intenção do pintor não era a exibição técnica.

Aconselho vocês a assistirem o documentário, O poder da arte, para que vocês conheçam mais acerca do verdadeiro valor histórico e psicológico dessa obra, além de pode-la apreciar melhor e descobrir porque eu afirmo que conhecer a técnica nesse caso não é tão importante.

As artes na minha visão possuem um vinculo entre si, logo é muito difícil dissociar uma da outra, em alguns caso elas até se unem, como por exemplo: os musicais (Cinema + Música), ópera (Teatro+Literatura +Música), poemas sinfônicos (Literatura+Música), livros ilustrados (Artes Visuais + Literatura) só para citar uns exemplos.

Como exemplificado, uma pessoa pode gostar de uma coisa sem conhecer nada acerca de técnica e nem sempre o conhecimento dessa é essencial para a fruição da obra. Com isso não viso desmerecer o conhecimento técnico, pois mesmo afirmando isso, busco sempre compreender a técnica empregada pelos meus artistas favoritos, visando conhecer mais ainda acerca dos mesmo, pois é isso que diferencia melômanos de ouvintes de música normais.

O tempo dedicado a apreciação de uma obra já foi tema de alguns artigos do blog, e voltarei nesse tema no decorrer do artigo, mas agora não vejo necessidade de aborda-lo. Mas voltando ao tema central do artigo, é possível definir música boa e ruim? Creio que podemos classificar músicas ruins, mas em relação a música boa, o poço é ainda mais fundo.

Falaremos mais disso no decorrer dos artigos, até mais.

14 de out. de 2012

Em Degustação


Quem me dera que a minha mesa do computador fosse bonitinha assim, eu nem uso computador no quarto para vocês terem uma ideia. Enfim aqui vai as obras que estou ouvindo e lendo atualmente

Stalingrad - Accept
The Turn Of The Lights - Andre Matos
Yellow - Baroness
Caligula - Ex Deo
Until The Quiet Comes - Flying Lotus
Imaginaerum - Nightwish
Asceding To Infinity - Rhapsody
Black Radio - Robert Glasper Experiment
As The Dark Against My Halo - The Cruxshadows
Dark Roots Of Earth - Testament
Neverworld's End - Xandria
Sultans Of Sin - Dynatzy
Discurso do Método - René Descartes 
Dom Casmurro - Machado De Assis

Situação atual

Eu odeio ficar muito tempo sem postar, mas as vezes falta criatividade e tempo, nesse momento está faltando assunto para ser tema de um post. Eu só vim avisar mesmo que o blog não morreu e vai voltar assim que eu tiver algo decente para escrever.

Para quem quiser saber o que se passa comigo, é só perguntar no Me Pergunte, estou determinado a responder tudo imediatamente a partir de hoje e parar de enrolar como antes. Além de estudar que nem um condenado das galés, estou ouvindo uma penca de discos e vou falar de todos eles até o fim do ano. Prometo, não ignorar discos importantíssimos como no ano passado em que ignorei o disco do Mastodon e o sensacional Watch The Throne do Kanye West & Jay Z.

Estou embarcando na literatura clássica (a minha preferida, os livros modernos não me interessam, não sei o motivo.), principalmente Arthur Rimbaud, Shakespeare, Machado de Assis e Oscar Wilde, filosofia sendo que inicialmente comecei  apenas a pesquisar e ler sobre os filósofos modernos, mas agora estou embarcando na leitura integral de obras como: O Discurso do Método (Descartes), Cândido Ou o Otimista (Voltaire), sendo que ano que vem me preparo para ler Nietzsche e no final do ano vou comprar Sartre, Rousseau e Karl Marx.

Em artes me interesso fortemente pelo Renascimento e o Neoclassicismo, mas por hora estou estudando o estilo Impressionista, para isso comprei um dos exemplares dessa coleção da Folha sobre o Renoir, e aproveitando para disser que além de recomendar fortemente essa coleção, se alguém estiver interessado posso redigir textos do livro na internet e postar aqui nos blog (esse e o outro) como Offs.

Até mais.

20 de set. de 2012

Sem abandonar o peso vamos ouvir mais música

Quem assim como eu acompanha o blog, Collector Room, que inclusive a partir de hoje estará entre os blogs indicados (já devia estar a tempos, nem eu sei por que ainda não tinha colocado) mudou a sua postura em relação ao tratamento da temática do blog. Na verdade essa mudança já era bastante perceptível para quem acompanha o que o, Ricardo Seelig, escreve recentemente. A Collector Room nunca foi um blog exclusivo sobre heavy metal, apesar da predominância do mesmo durante a história do blog, devido ao gosto pessoal dos escritores do blog.

Ricardo, recentemente escreveu esse artigo, onde ele fala do curto período onde ele pôs um fim ao blog, da cena doente que é o metal no seculo XXI, devido aos fãs, produtores de shows, jornalistas "especializados" e até algumas bandas (Angra e Shaaman) e que apartir de agora o blog não vai mais dar o mesmo foco ao heavy metal como antes.

Acabei percebendo que uma coisa semelhante ocorre também nesse blog, não devido aos mesmos motivos que, o Ricardo, e sim por causa do meu gosto pessoal que vem se expandindo, o Heavy Metal ainda predomina e creio que será assim por muitos anos. Não ligo para a cena corrupta carregada de fãs pseudo-intelectuais e com a mente tão aberta quanto uma noz, e é exatamente por esse motivo que eu não faço a minima questão de divulgar o blog em meios mais mainstream.

O blog ao longo dos seus quase dois anos de vida acumulou 55000 visitas e tem uma base sólida de leitores que leem os artigos que eu publico periodicamente. O blog começou voltado exclusivamente para o metal, mas com o tempo eu fui descobrindo novas sonoridades e fiquei com vontade de escrever sobre elas também, assim surgiu o "Coluna do Pop", "Músicas e artistas que eu ouço além do metal" e o "Opera Guide".

Eu não escuto música faz muito tempo, e quem me conhece sabe disso, a algum tempo eu não ouvia nada, até que eu conheci, A Biblia do Rock, e passei a procurar conhecer o heavy metal e com isso acabei conhecendo bandas que hoje são as minhas favoritas: Rhapsody Of Fire, Behemoth, Gorgoroth, Judas Priest, Within Temptation, Nightwish entre várias outras que eu conheci com o tempo.

Logo depois eu descobri coletâneas da Maria Callas na minha casa e acabei tomando gosto pela ópera, paixão que mantenho até hoje. Descobri o Soul Revival através da Collector Room e de artigos do Regis Tadeu, a música eletrônica através da Eletro Música, outros gêneros foram descobertos com leituras em diversos sites.

Já havia tomado essa medida a algum tempo e para reafirma-la digo pela segunda vez, o blog vai buscar algo próximo do ecletismo musical baseado na opinião dos escritores do blog. O heavy metal permanecerá sendo o gênero predominante do blog, simplesmente porque o gênero é apaixonante e vive uma onda de excelentes lançamentos que reafirmaram a minha paixão pelo gênero.

O blog diferentemente da Collector Room não vai tentar diminuir o conteúdo sobre heavy metal, só irei adicionar mais resenhas e artigos sobre outros gêneros musicais. Ricardo tem seus motivos para estar cansado, ele assim como outro escritor que eu gostava bastante, o Carlos Eduardo Corrales, que se cansou de dar murro em parede, na atividade de divulgar o gênero que tanto gosta.

A postura que eu vou tomar é a de continuar a escrever independente das críticas ou de fanatismo e ignorância musical, se as pessoas fossem se calar devido a esses motivos não haveria nenhuma produção intelectual no mundo

2 de set. de 2012

Dica

Atualmente estou com 40 discos desse ano no meu playlist, 28 deles foram ouvidos e 14 foram resenhados, ainda falta ouvir 12 e desse número apenas 6 estão zerados. Como eu tenho acesso a esse dados? Recentemente eu criei um arquivo no Power Point que computa os discos ouvido esse ano. Como assim? vou explicar melhor: Toda vez que eu baixo um disco do ano de 2012 eu vou lá e coloco a foto dele em um slide que cabe até 8 imagens.

Existem também critérios que eu estabeleci para classificar o disco quanto a audição:

Tachado: O disco foi ouvido por completo e resenhado
Negrito: O disco foi ouvido por completo, mas não foi resenhado.
Itálico: Disco pela metade ou audição quase completa.
Sublinhado: Quase a metade do disco foi ouvida.
Sombra: Quase nenhum faixa foi ouvida ou o disco ainda está zerado.

Há ainda algumas regras que eu coloquei nesse esquema. Para quem quiser entender melhor essa ideia, está aqui o arquivo que eu fiz, Acredito que ele ajuda bastante a organizar os discos que se está ouvindo e de quebra você vai saber prováveis candidatos a resenhas futuras.

Até o próximo post.

1 de set. de 2012

Coluna Do Pop: Attetion Whore (2012)


Suicide Commando é uma banda belga com bons anos de estrada que esse ano lançou um pequeno aperitivo para os seus fãs. O som do grupo pode ser classificado simplesmente como EBM, mas também há influências de Dark Electro e Aggrotech, esse último é percebido no vocal.

Johan Van Roy, compositor e vocalista do grupo, tem uma vocal que lembra o Shagrath do Dimmu Borgir só que uma ponta a menos de peso. Por se tratar de um single de música eletrônica, temos aqui a faixa titulo original e seus vários remixes, e como eu sempre digo, música eletrônica é o único gênero em que ouvir os remixes vale a pena.

"Attetion Whore" tem um título que é a cara do grupo, se destaca por suas batidas pesadas aliadas a um clima de catástrofe, tudo isso é somado ao vocal agressivo de Johan e a uma leve dose melódica. Os remixes: "Funker Vogt" e "Nachtmahr" aumentam ainda mais a violência do tema principal, adicionando fortes pitadas de música industrial, acelerando as batidas e fazendo leves distorções na voz gutural de Johan.

"X-Rx", outro remix de "Attetion Whore", apresenta uma nova visão da faixa, mudando o timbre de algumas batidas, entretanto o remix "Sleetgrout" é o melhor dos quatro e parece um cruzamento de Suicide Commando com o Dark Electro do Blutengel, fazendo o grupo soar como um Dimmu Borgir eletrônico.

O single ainda tem a faixa "Evacuate" e um remix da mesma, ambas são faixas bem legais e um fator a mencionar nelas, e que elas não contam com as intervenções vocais de Johan, uma pena, porque ele poderia torna-las melhor ainda.

Attettion Whore é como já foi dito, "um pequeno aperitivo", que não apresenta grandes inovações, mas não faz feio na discografia do grupo belga. Aconselho vocês a baixarem, pois penso que baixar os singles de grupos eletrônicos e ouvir o tema principal puro e seus remixes é uma ótima forma de se familiarizar com as bandas.

Nota: 7,5 *******1/2

Coluna Do Pop: Ray Of Light (2012)

Num mundo onde as pessoas pensam que o "thumpa-thumpa" com poucas variações executado por vigaristas do naipe do senhor David Guetta consiste em música eletrônica da melhor qualidade, a verdadeira se encontra escondida no underground.

Afgin é um DJ e compositor israelense de um gênero da música eletrônica chamado GoaTrance, que podemos traduzir como um Trance melódico com influências orientais no som.

Psytrance é um gênero que veio do Goa, retirando apenas as influências orientais do mesmo, e é por essa via que Afgin caminha nesse novo EP.

"Ray Of Light" abre o disco com uma explosão de melodias em alta velocidade e apesar da constante repetição do motivo principal é uma música bem variada, em comparação com o que toca nas rádios, "Ray Of Light", parece metal progressivo. A próxima faixa, "Keep Moving Forward", contém trechos do filme Rocky Balboa, protagonizado pelo astro Sylvester Stallone, e longe de ser uma música ruim é a mais fraca do disco.

Um grande ponto de destaque nesse pequeno registro são as melodias etéreas e hipnóticas que podemos encontrar nas duas faixas finais do disco, "Soul Uplifter" e "When You're Gone", mas não para por ai porquê essas faixas exploram mais melodias e camadas de som que as faz variar harmoniosamente entre momentos de calmaria e de maior agitação.

O Ep só tem essa 4 músicas, mas se tivesse mais músicas e elas seguissem o padrão de qualidade do resto do disco, esse seria com certeza um dos melhores registros do ano. Ideal para quem quer começar a ouvir música eletrônica de verdade, sendo esse um disco acessível no melhor sentido da palavra, muito devido a riqueza melódica presente no disco.

Nota: 8 ********

Requiem For Indifferent (2012)


Link da resenha

31 de jul. de 2012

Tragic Idol (2012)

Paradise Lost entraria facilmente para a lista de bandas que eu quase não conheço, pois apesar de conhecer um pouco sobre os discos essenciais do grupo inglês nunca ouvi nenhum deles e muito menos conhecia os discos recentes. Movido pelas resenhas positivas e pela belíssima arte-gráfica da capa decidi dar a primeira chance ao grupo inglês.
Dito isso qual não foi a minha surpresa ao me deparar com a qualidade da primeira faixa, “Solitary One”, possuidora de um refrão sensacional e o melódico teclado que nos transporta para um ambiente melancólico.  O novo disco é pesado e bem mais acelerado do que se pode imaginar, apesar de conservar ainda as melodias densas e sombrias características do estilo.
“Crucify” é a primeira pedrada do disco e se destaca pelos seus riffs fantásticos e pelo tapping no fim dos refrões. Sem dar tempo para o ouvinte descansar o disco prossegue com “Fear Of Impending Hell” canção que é uma mescla de momentos de peso e calmaria tudo isso embalado por uma atmosfera sombria maravilhosa.
Nick Holmes com sua voz rouca e agressiva acerta em cheio nas linhas vocais e se for ele que faz os vocais limpos sua atuação roça a perfeição. Um exemplo de toda essa qualidade é o single, “Honesty In Death”, uma faixa com uma carga dramática fantástica, isso sem falar no trabalho instrumental, uma das melhores faixas do disco.
Mais riffs excelentes podem ser ouvidos em "In This We Dwell" e "To The Darkness". O som do grupo beira o metal extremo em "Theories From Another World", talvez a faixa mais fraca do disco seja a "Worth Fighting For" pouco inferior as outras músicas.

O Paradise Lost finalmente encontrou a sonoridade correta, abandonou os experimentalismos que dividiram opiniões entre os fãs e apostaram em peso e uma banda dificilmente erra quado decide apostar nisso.
Mas não pense que é só isso, a melodia na verdade é a grande chave da qualidade desse disco, riffs monolíticos contrastando com riffs e solos melodiosos, refrões excelentes, atmosfera sombria e densa e elementos acústicos de muito bom gosto são as características que fazem o disco se destacar.
As únicas faixas que eu não citei foram “Tragic Idol” e “The Glorious End”, a primeira dispensa comentários e a segunda fecha o disco como o nome mesmo já dava pista, “Glorioso Fim”, e realmente é uma bela faixa de encerramento para um dos melhores discos do ano.

Nota: 9,5 *********1/2

26 de jul. de 2012

Coluna do Pop: Little Broken Hearts (2012)

Norah Jones não estava no meu grupo de cantoras preferidas até a audição desse disco, sequer conhecia seu trabalho (a exceção dos grandes hits como "Don't Know Why"), baixei o disco apenas para conhece-la.

Existem histórias de grandes discos lançados após casos de decepção amorosa, entre eles temos o recente 21 da Adele In The Wee Small Hours do Frank Sinatra só para citar os exemplos que me vem a cabeça no momento, e Little Broken Hearts acaba de entrar nesse seleto rol de obras-primas.

O disco abre com a balada "Good Morning" que inicia com um lindo toque de piano e logo ganha acompanhamento na voz luminosa de Jones que nos transporta para um ambiente de paz absoluta tamanha a delicadeza com que ela aborda a canção, simplesmente sublime!

O disco continua com um clima mais descontraído em "Say Goodbye" até que chegamos na "Little Broken Hearts" que nos apresenta a atmosfera melancolia na qual o disco está realmente mergulhado, esse faixa parece ter sido cantada com a cantora com a voz ainda embargada em lágrimas. "She's 22" é mais uma bélissima faixa em que Jones nos faz cúmplices de seu sofrimento através da letra e da sua declamação que apesar de triste parece querer se mostrar forte para resistir a dor da separação, tudo isso aliado a uma forma dócil de cantar que é sem dúvida o grande segredo para arrebatar o ouvinte.

Uma das coisas que os fãs vão perceber de cara é que a veia "jazzística" presente até então no som da Norah Jones deu lugar a um pop de primeira linha com enfoque em melodias marcantes e climas que se adequam perfeitamente a voz da cantora, sendo portanto um belo suporte a cantora.

Take It Back dá continuidade ao disco com um clima mais calmo e menos melancólico se destacando pelo conjunto da obra e especialmente pelo coral no fim da música. "After The Fall" mantém o disco em alto nível com sua sonoridade mais acessível aliada a vocalização de Norah Jones sempre excelente. "4 Broken Hearts" é uma canção intimista com uma atuação mais enérgica de Norah Jones que apesar disso mantém o frescor e a beleza nessa abordagem.

Diferentemente de cantoras como Adele, Joss Stone e Janelle Monaé, cantoras possuidoras de vozes potentes e quentes, a voz de Norah Jones é leve, gélida e sobretudo luminosa, o timbre é de invulgar beleza sem que a cantora faça nenhum esforço. Na vocalização de Norah Jones não há apelos virtuosisticos que as divas tanto adoram, é apenas canto puro e simples, mas de grande eficácia.

"Out On The Road" e "Happy Pills" são faixas que fogem do clima melancólico do resto do disco, apresentando uma sonoridade mais feliz e leve que as outras, a última é uma critica ao seu ex-namorado sem nenhuma maldade perceptível na voz da Norah Jones, essa caracteristica também é observável na delicadíssima balada, "Miriam", um dos melhores momentos do disco em que a letra é uma critica ferrenha a mulher que tomou seu namorado, mas é cantada com tanta doçura que acaba se tornando uma das faixas mais belas do disco, sugiro que quando a ouvir acompanhe a letra.

"Travelin On" carrega um dos momentos mais belos do disco com trechos capazes de arrancar lágrimas do ouvinte. O disco fecha com chave de ouro com "All A Dream" mais um pop de clima introspectivo em Norah Jones canta soturnamente e ao mesmo de forma bastante agradável aos ouvidos.

A produção do disco ficou por conta de Brian Burton integrante do Gnarls Barkley (um grupo extremamente importante para o Soul Revival) que se mostra muito bom nessa sua nova empreitada. Norah Jones brilha bela interpretação, a cantora transpira pathos ao longo da sua interpretação, melancólica, contida, descontraída, calma, Norah Jones sai vitoriosa em tudo, o timbre bélissimo é a grande cereja no bolo dessa vocalização.

"Com a voz de Norah lambendo nossos ouvidos de modo tão doce fica difícil não se tornar cúmplice de sua dor-de-corno." (Regis Tadeu)

Nota: 10 **********

22 de jul. de 2012

Bringer Of Light (2012)

Damnation Angels foi apontada por alguns fãs de Symphonic Metal como uma das revelações de 2012 e lá fui eu conferir a estreia do grupo inglês.

O som do grupo parece uma mistura de Kamelot e Rhapsody Of Fire, ou seja um metal épico com uma bela dose de dramaticidade. Para isso se exige um vocalista de alto nível, e o loirinho Pellek dá conta do recado, alias o engraçado é que ele sofreu um certo preconceito por causa da sua aparência física o que eu acho patético.

Bringer Of Light é uma ótimo disco com músicas que exploram muito bem o lado épico do gênero através de canções como "The Longest Day Of My Life" a faixa mais longa do disco onde a banda sintetiza suas caractéristicas até para ajudar o ouvinte a se identificar.

Os músicos são de alta qualidade e Pellek se vira como dá para dar conta de tal tarefa, sua voz é excelente em todos os registros e a necessidade de explorar a melancolia e raiva em algumas faixas o faz manter um equilíbrio nesses registros, ou seja nada de agudos a todo momento o que pode ser uma caracteristica interessante. O timbre me agrada, mas receio que nem todos gostarão, enfim preciso destacar que em um momento na faixa "Reborn", uma das melhores do disco pela sua objetividade, refrão e pela excelente prestação vocal de Pellek, seu timbre chega lembrar o grande Roy Khan ex-vocalista do Kamelot.

A interpretação é o grande desafio desse trabalho visto que um timbre bonitinho e uma excelente vocalização não adiantariam num trabalho como esse sem um belo trabalho interpretativo e ao fim da audição desse disco ficou a sensação de que ele deu tudo de si nesse trabalho, e mesmo não beirando a perfeição de vocalistas como Fabio Lione, Simone Simons e Roy Khan ele chegou perto.

Para quem gosta de agudos temos a faixa "I Hope" onde Pellek exibe notas sobreagudas, quem quiser conferir essa melancolia que eu tanto cito, ela está mais explicita nas faixas "Part I: Acerbus Inceptum", "Part II: Someone Else" sendo que as outras duas faixas que completam estão mais ligadas ao Symphonic Power Metal clássico que faz a alegria dos fãs do gênero.

Outra faixa a destacar é a "Pride (The Warrior's Way)" uma das melhores e mais longas faixas do disco e a caracteristica mais interessante dela é que a mesma apresenta elementos da música japonesa. O instrumental e as orquestração estão muito bem, alias eu nem comento muito isso porquê o trabalho instumental geralmente é muito bom e a orquestração é uma perfeita aliada das músicas.

Contudo o Bringer Of Light não é uma obra-prima, pois alguns elementos podiam ser abordados com mais objetividade e sua audição é meio cansativa se você pegar para ouvir tudo de uma vez sendo que as faixas não evoluem tanto assim com o passar das audições. O trabalho também não apresenta nada de novo para nós fãs do gênero, ainda que seja muito feliz nessa tentativa de se inspirar em Rhapsody Of Fire e Kamelot, ano passado tivemos o Serenity que resgatava a sonoridade do Kamelot ligado a uma veia mais Power Metal com um pouco mais de qualidade que esse disco.

Com isso temos mais um disco bacana de Symphonic Power Metal bem acima da média sobretudo pelo esforço do vocalista, a banda consegue impressionar nesse primeiro trabalho, agora é esperar pela sequência.

Nota: 8,5 ********1/2

10 de jul. de 2012

Ronnie James Dio (Rainbow)


Hoje, dia 10 de julho, seria o aniversário de 70 anos de um cara chamado Ronald James Padavona também conhecido como Dio ou Ronnie James Dio, uma das figuras mais famosas e queridas do metal e que inclusive foi o inventor do "Horns" simbolo mais famoso do gênero. A voz desse cara é algo místico, de personalidade única é uma daquelas vozes que reconhecemos nos primeiros versos independente de conhecermos ou não a música, Falarei mais sobre ela no decorrer do artigo.

Eu comecei a ouvir esse cara baixando todos os três primeiros discos do Rainbow e ouvindo as músicas fora de ordem o que gerou uma admiração imensa não só pela figura do Dio, mas também pela banda e pelo Ritchmore Blackmore que também era novo para mim, apesar de eu já ter ouvido falar dele. O Rainbow é uma banda injustiçada, apesar de ter feito certo sucesso no passado nunca entrou no hall das grandes bandas de Hard/Heavy e se você duvidar tem muito headbanger que jamais ouviu falar da banda.

Qualidade a banda tinha, evidentemente e eu nem vou discorrer sobre isso agora visto que eu teria que citar os discos do Rainbow sem o Ronnie James Dio e esse não é o foco agora. Hoje de manhã acordei com uma vontade de ouvir de novo aqueles discos que tanto marcaram aquele periódo e sentir um pouco de nostalgia, vi também que essa era uma ótima forma de sair do atraso em relação aos artigos e decidi dar uma pausa nesse negocio de ouvir os discos excedentes da minha playlist de 2012, botei os 3 clássicos do grupo para tocar e aqui vão minhas impressões.

Long Live Rock'n'Roll (1978)

01 - Long Live Rock'n' Roll
02 - Lady Of The Lake
03 - L.A. Connection
04 - Gates Of Babylon
05 - Kill The King

06 - The Shed (Subtle)
07 - Sensitive To Light
08 - Rainbow Eyes

Obs: As faixas negritadas são as melhores na minha opinião.









Iniciei pelo último disco do Ronnie James Dio no Rainbow pela satisfação de acordar e a primeira coisa a se ouvir seja a faixa-titúlo, "Long Live Rock'n'Roll", uma ode ao estilo cantada a plenos pulmões pela voz de um dos meus vocalistas preferidos dentro do gênero, essa sem dúvidas é a maior homenagem que se pode prestar a um vocalista tão querido pelo gênero quanto Dio.

Continuei com as divertidas "Lady Of The Lake" e "LA. Connection" que apresentam um Hard Rock/Heavy Metal setentista com pitadas de Blues bem descompromissado e com refrões bem divertidos. O lado "A" do disco se fecham com a épica "Gates Of Babylon" uma das melhores composições do Rainbow e uma faixa essencial para se entender como o Power Metal surgiu.

Antes de comentar o lado "B" do disco vamos falar sobre o contexto do disco. Dio era uma das grandes revelações do estilo, sua voz era única, não imitava o Coverdale, o Gillian, o Halford e nem o Plant, e por ser um frontman de extrema qualidade logo ficou reconhecido como um dos grandes, sendo que esse disco apenas sedimenta seu prestigio diante dos verdadeiros fãs do gênero.

O registo grave era espantoso, muito devido ao punch metálico onipresente na sua voz que aumentava o peso das composições, a dicção era perfeita e a voz era de uma expressividade assombrosa. Nada de falsete, seu registro agudo era de peito e um dos melhores do estilo, mais impressionante que isso era ver como sua voz poderosa por natureza se tornava bela e melancólica.

A segunda parte do disco começa com tudo com a poderosa "Kill The King" que seguida pela "The Shed" davam uma pista dos rumos mais pesados que sua voz passaria a tomar. Seguimos com mais um Hard Rock bastante divertido com a "Sensitive To Light" faixa que evidencia o talento de Blackmore nas composições carregadas de feeling. O disco fecha com a balada "Rainbow Eyes" dona de uma beleza sublime tanto na parte instrumental quanto por parte do trabalho vocal de Ronnie James Dio.

A junção de Ronnie James Dio e Ritchie Blacmore rendeu discos essenciais para os fãs de Hard Rock e Heavy Metal e o seu fim abriu espaço para uma das carreiras mais bem sucedidas da história do gênero.

Ritchie Blackmore's Rainbow (1975)

01 - Man On The Silver Mountain
02 - Self Portrait
03 - Black Sheep Of The Family
04 - Catch The Rainbow

05 - Snake Charmer
06 - The Temple Of The King
07 - If You Don't Like Rock'n'Roll
08 - Sixteenth Century Greensleeves
09 - Still I'm Sad











O trabalho de estreia do novo projeto do ex-guitarrista, Ritchie Blackmore, chamou a atenção dos fãs de rock simplesmente pela presença deste, mas o que esses fãs não esperavam era conhecer uma das maiores revelações da história do estilo, revelação que atendia pelo nome de Ronnie James Dio.

O disco todo é um apanhando de excelentes composições carregadas de feeling e de elementos neoclássicos bem discretos que podem ser considerados como precursores do Power Metal em suma: Um Hard Rock/Heavy Metal com pitadas de blues e de música erudita bastante empolgante. A capa por si só já nos transporta para o mundo mágico criado por Blackmore sendo uma das mais belas do gênero.

O disco abre com um excelente riff e logo entra a voz que a partir daquele momento seria alçada a uma posição superior dentro do metal, curiosamente eu não gostei tanto assim da "Man On The Silver Mountain" nas minhas primeiras audições, mas o tempo se encarregou de me mostrar a genialidade dessa canção.

Não tinha como não gostar da safadeza divertida da "Black Sheep Of The Family" uma das minhas faixas preferidas do Rainbow até hoje, antes dela tinha a boa "Self Portrait" que para estar entre as melhores faltou um refrão mais elaborado. "Catch The Rainbow" é uma das baladas mais belas do estilo com Ronnie James Dio mostrando sua versatilidade.

"Snake Charmer" era um "hardão" poderoso conduzido por riffs matadores de Blackmore e uma atuação empolgante de Dio  para tirar o ouvinte do estado de calmaria da faixa anterior, logo depois vinha a próxima balada do disco, "The Temple Of King", outro grande destaque do disco. "If You Dont Like Rock'n'Roll" podia muito bem estar em uma coletânea de hinos do rock devido a sua letra, um fato curioso que me acontece é que sempre que eu a ouço eu lembro de "Tutti Frutti" do Little Richard, cantor que é considerado um dos precursores do Rock'n'Roll

Nas últimas duas faixas há de se salientar o excelente trabalho de Blackmore devido aos excelentes riffs e solos de "Sixteenth Century Green" e por ter conseguido produzir uma faixa instrumental bacana como "Still I'm Said" que tem uma melodia que eu consigo reconhecer bem, mas não me lembro da onde que eu a conheci.

O disco foi muito bem recebido pelos fãs que mal podiam esperar pelo próximo disco desse novo projeto, infelizmente o tempo não foi justo com essa banda a relegando a uma posição secundária.

Rising (1976)

01 - Tarot Woman
02 - Run With The Wolf
03 - Sturstruck
04 - Do You Close Your Eyes
05 - Stargazer
06 - A Light In The Black















Ao terminar de ouvir um disco como esse de uma banda que não é tão conhecida de todos os headbangers você se pergunta: "Como uma banda tão importante como essa foi esquecida?" Músicas como "Tarot Woman" influenciaria profundamnte bandas como o Stratovarius, Yngwie Malmsteen, Avantasia e até o próprio Dio. O teclado nesse disco passa a assumir uma posição mais relevante chegando a solar em algumas faixas criando o efeito de fusão entre a guitarra e o teclado e destruindo  a minha tese de que o Stratovarius era precursor nisso.

Esse disco pode ser dividido em 2 partes: Hard Rock/Heavy Metal com pitadas de blues e Hard Rock/Heavy Metal com uma boa dose de algo que no futuro seria considerado Power Metal. Pertencente ao primeiro grupo temos as "Run With The Wolf", "Starstruck e a "Do You Close Your Eyes" sendo a última a minha preferida devido a performance de Dio e pelo clima divertido dessa canção.

Na segunda parte do disco temos a já citada "Tarot Woman" com sua introdução de teclado inconfundível. "Stargazer" é a melhor composição do Rainbow e um atestado da genialidade de Dio e Blackmore que juntos proporcionam no ouvinte fã de Heavy Metal épico um estado de frenesi. A relação entre guitarra e teclado que influenciaria o Stratovarius no futuro pode ser observada em "A Light In The Black" faixa que encerra o disco com uma excelente performance de Blackmore e Tony Carey.

Considerado por muitos o melhor disco da banda para mim Rising se destaca pela notável influência que ele exerceria nas bandas futuras e por possuir a melhor música da banda, se é o melhor ou não, não consigo decidir mas com certeza é um dos melhores.

9 de jul. de 2012

Pequeno Aviso

O autor após ter acesso as funcionalidades do Twitter por quase um ano, finalmente vai usa-lo para escrever mensagens rápidas como essa, divulgar textos bacanas, boas músicas, botar o dedo na ferida em assuntos polêmicos, falar de esporte e vou focar bem pouco na parte pessoal isso não é algo que eu gosto de compartilhar nas redes sociais.

Pelo visto o Twitter tinha sim uma utilidade, que é facilitar o contato com os leitores do blog que cresceu bastante desde de sua criação. O link do Twitter está ao lado da interface do blog, e vocês podem clicar e me seguir.

Até mais.

8 de jul. de 2012

Cobiça

01 - Intro
02 - Under Flaming Skies
03 - I Walk To My Own Song
04 - Speed of Light
05 - Kiss of Judas
06 - Deep Unknown
07 - Guitar Solo
08 - Eagleheart
09 - Paradise
10 - Visions
11 - Bass Solo
12 - Coming Home
13 - Legions of The Twillight
14 - Darkest Hours
15 - Jörg Michael's Speech
16 - Burn
17 - Behind Blue Eyes (The Who Cover)
18 - Winter Skies
19 - Keyboard Solo
20 - Black Diamond/Drum Solo
21 - Father Time
22 - Hunting High and Low

Colecionador que é colecionador nunca está satisfeito com o que tem, portanto está sempre querendo um disco novo mesmo quando ainda tem uma pilha de CDs para ouvir ainda. Nesse caso estou querendo esse DVD recém lançado do Stratovarius, nada mais normal visto que estou em uma fase em que estou vasculhando a discografia da banda afim de publicar novos posts para vocês.

Eu já possuo um disco ao vivo do Stratovarius, o excelente Visions Of Europe, gravado na fase aúrea da banda que estava fazendo a turnê daquele disco que se tornaria o mais famoso da banda (precisa dizer qual é?. Pelo que eu sei o grupo finlandês não tinha nenhum registro ao vivo em DVD antes de lançarem esse, o que aumenta ainda mais o desejo de ter um DVD da banda.

O Setlist está excelente, só trocaria a "Deep Unknown" pela ótima "Infernal Maze" do novo disco do grupo, Trocar a cover do The Who pela clássica "Against The Wind" e se as baladas já não são as minhas preferidas o que dizer de uma retirada do Polaris? Essa ai poda ser tranquilamente trocada por tantas músicas que eu vou deixar em aberto.

Enfim, tirando isso o show é perfeito, o lado ruim é que vai ser muito díficil compra-lo porquê a loja especializada em metal daqui está meio desatualizada e duvido que eu o encontre na Fnac, Saraiva, Cultura (se bem que nessa última quem sabe? Só que o preço...).

7 de jul. de 2012

Músicas e artistas que eu ouço além do metal

Cyndi Lauper é uma das maiores cantoras de música pop dos anos 80 ainda na ativa. Seu debut, She's So Unusual, é um verdadeiro clássico do gênero com hinos que sempre são lembrados em homenagens aos anos 80.

Cyndi Lauper é uma artista que eu já ouvi muito na minha vida devido a convivência com a minha mãe, que é grande fã de Lauper. Recentemente baixei o debut da cantora e venho ouvindo outros clássicos por fora e acebei me afeiçoando a cantora.

Cyndi tem um alcance vocal impressionante tanto nos graves quanto nos agudos e se você perceber a voz de Cyndi evoluiu com o tempo perdendo parte daquela estridência comum a fase oitentista e que pode irritar alguns. Outra coisa que fica evidente é a notável capacidade de interpretação de Cyndi.

Começarei minha pequena seleção com a clássica "All Through The Night" que possui um toque inesquecível, um solo de sintetizador bem interessante, um refrão bem grudento e relembra a fase áurea dos karaokes.

A próxima é mais famosa ainda, me refiro a "Girls Just Want To Have Fun" o maior hit da Cyndi. Essa é uma daquelas canções que um parente seu que viveu nos anos 80 usa para falar como essa década era boa em termos musicais. Algo que pode ser comprovado apertando play abaixo.

Continuando a falar sobre "Girls Just Want To Have Fun", é incrível como ela é boa apesar da sua simplicidade, talvez o segredo esteja no formato de hino da canção, na excelente batida que apesar de se repetir bastante não se torna cansativa em momento algum e na interpretação cheia de vivacidade de Cyndi Lauper. A letra foi adotada pelos grupos feministas como hino

Vamos fechar com "I Drove All Night" música que foi escrita para Roy Orbison, mas foi cantada primeiramente por Cyndi. A faixa é muito bem construída, desde a voz que parece sair de um "radinho" de carro (algo que remete ao título da música), a batida que transmite uma sensação de urgência e a excelente vocalização de Cyndi que demonstra seus estados emocionais através de notas graves e agudas.

A construção vocal dessa faixa remetem a uma montanha-russa onde as estrofes que antecedem o refrão representam a subida do carrinho e o último agudo mais o refrão a descida do mesmo. Isso também pode ser percebido através do tom que se torna mais agudo a medida que se aproxima o refrão. Outro ponto que quero destacar são os agudos da Cyndi que nessa faixa não apresentam nenhuma estridência comum as suas outras canções incluindo a faixa "My First Night Without You" que pertence ao mesmo disco que "I Drove All Night", o que me faz pensar que a estridência talvez seja proposital.

12 de jun. de 2012

Luto!

Não entendeu? Leia aqui http://collectorsroom.blogspot.com.br/2012/06/rip-collectors-room-13102008-11062012.html

Atualização

Pouco tempo depois de me posicionar em luto a Collector Room lançou esse post http://collectorsroom.blogspot.com.br/2012/06/um-novo-comeco-e-um-pedido-de-desculpas.html?spref=tw

Espero que agora a Collector Room possa seguir adiante com seus posts de excelente qualidade e sem dar maiores sustos aos leitores.

10 de jun. de 2012

Stratovarius: Para começar a ouvir


Stratovarius é o 2º grupo de Power Metal mais influente (pau a pau com o Gamma Ray e na frente do Blind Guardian), influência que inclusive foi citada em um questionário preparado a alguns tempos onde eu perguntava qual foi o primeiro grupo a trazer o teclado para primeiro plano (instrumento principal). Na verdade o teclado havia surgido no Heavy Metal a muito tempo, mas o Stratovarius levou o uso desse instrumento a outro patamar influenciando muitos grupos posteriores.

Na verdade a cena finlandesa foi levada em consideração depois do surgimento do Stratovarius e boa parte das outras bandas sofrem influência deles, isso sem falar dos grupos que surgiram através da fragmentação de seus integrantes.

Agora vamos falar do objetivo dessa coluna; nela eu vou apresentar toda uma sequência de discos para um ouvinte iniciante conhecer uma banda, dizendo por onde começar e continuar. Os comentários sobre cada disco não serão resenhas propriamente ditas, na verdade elas tem a função de servir como um guia de audição explicando o que esperar de cada faixa.

O primeiro grupo escolhido foi o Stratovarius por vários motivos:

1- Banda obrigatória para fãs de Power Metal e Headbangers em geral, exceto aqueles que não curtem Power Metal.
2- É uma das bandas de Heavy Metal mais influentes da história como já foi dito.
3- É uma banda legal e fácil de ser ouvir o que facilita o meu trabalho de ouvir sua discografia.
4- Banda com vários periódos distintos em sua sonoridade, apesar de ser lembrada por apenas um.
5- Oportunidade para conhecer melhor o grupo.

Visions - 1997

01 - The Kiss Of Judas
02 - Black Diamond
03 - Forever Free
04 - Before The Winter
05 - Legions
06 - The Abyss Of Your Eyes
07 - Holy Light
08 - Paradise
09 - Coming Home
10 - Visions










O disco Visions é uma escolha muito obvia, mas se formos pensar bem não há melhor escolha para se começar a ouvir um grupo do que seu magnum opus, e o disco Visions é um disco de fácil audição, portanto ideal para começar. 


Para não perder tempo falando de aspectos técnicos farei isso antes de começar a escrever sobre as faixas. O som do Stratovarius pode ser descrito como uma explosão melódica, que é veloz e marcante. A voz de Timo Kotipelto é de uma personalidade incrível, ele estava cantando em seu 3º disco e havia sido muito bem aceito pelos fãs novos fãs do grupo, e sua atuação aqui é legendária.

Refrões poderosos e grudentos, solos individuais de teclado e guitarra com influência neoclássica, "interação uterina entre guitarra e teclado soando como apenas um instrumento" (Ricardo Seelig), Intervenções orquestrais, excelentes linhas vocais de Timo Kotipelto que se revelou para mim desde o dia que o conheci um dos maiores vocais do gênero.

Guia de Audição

Obs: Stratovarius é uma das bandas com as melhores letras, portanto aconselho que você as acompanhe

Os discos do Stratovarius do Visions até o Elements Pt1 sempre abrem com músicas mais comerciais, geralmente essas faixas são as melhores do disco. Aqui essa faixa é nada mais nada menos que a clássica "The Kiss Of Judas", com um refrão delicioso de ouvir e um belo solo.

Se prepare agora para ouvir um dos riffs de teclado mais famosos da história, sim me refiro a introdução da clássica "Black Diamond", faixa que mostra o primeiro solo conjunto de teclado e guitarra fundindo-se em apenas um único instrumento, e o refrão é um dos melhores do Power Metal.

Agora pegue a letra e cante com toda a força o refrão de "Forever Free", uma das melhores letras da banda. "Forever Free" é uma faixa que tem uma pegada que remete mais ao power metal clássico no inicio, mas logo no solo podemos ouvir o teclado em um solo isolado da guitarra. Álias um ponto a destacar e que eu ainda não o fiz, é a cadência maravilhosa entre os solos de guitarra e teclado do grupo finlandês que tornam seus solos ainda melhores, muitas bandas tentaram copiar a formula de solar com teclado e guitarra, mas poucas o repetem tão bem quanto o próprio Stratovarius.

Vamos desacelerar com a baladinha "Before The Winter" que apesar de ser uma música legal com um refrão marcante e belas linhas vocais de Timo Kotipelto dá uma baita desanimada no ouvinte que estava empolgado com as três primeiras faixas.

Mas não se preocupe que a faixa "Legions" já vai anima-lo, começando com seu riff tremendão e seu jeitão de hino épico, na verdade se não fosse a voz inconfundível de Timo Kotipelto e o solo todo pimposo de teclado no meio da música eu ia pensar que essa era um cover do Hammerfall. Não acredita? dá uma lida na letra e uma ouvida na música e veja se não parece.

Apesar de começar bem pesada a faixa "The Abyss Of Your Eyes" é uma faixa bem cadenciada equivalendo a algo como um Moderato se de música clássica estivéssemos falando. Um dos elementos que  acho legal nessa música são os efeitos especiais de eco em algumas frases cantadas por Timo Kotipelto, gosto também da estrofe que antecede o solo, o refrão é bacaninha, mas existem outros melhores.

Tá gostando dos solos ultra-velozes com referências de música clássica? Dos duos de guitarra e teclado e de suas fusões (apesar de o Visions não ser o disco em que essa caracteristica é mais evidente)? Se sim a próxima faixa foi feita para você. "Holy Light" é uma faixa instrumental que segue aquela tipica formula de solos clássicos com seu inicio em velocidade aceleradamente moderado (Allegretto), a parte acústica e para te acordar do cochilo a parte onde a música engatada com os solos fodões de Johasson e Tolkki e nessa parte há um peso muito bem vindo.

Não há melhor maneira de engatar o ouvinte depois de uma faixa instrumental do que uma faixa bacanuda como "Paradise" (outra letra bem legal que vale a pena acompanhar), e também serve para distrair o ouvinte que deve ter ficado confuso após o fim estranho de "Holy Light", pois ela não tem um fim definido pegando de surpresa os ouvintes que não estiverem atentos a contagem de tempo das músicas."Paradise" tem uma pegada Hard Rock, uma ponte fantástica melhor até do que o refrão e olha que o refrão é daqueles para se cantar a plenos pulmões nos shows ou em casa quando você estiver sozinho.

Tava demorando né? Mais uma baladinha para desagitar o ouvinte, mas fique tranquilo "Coming Home", apesar do nome génerico é uma balada ainda mais legal que "Before The Winter", e nela podemos perceber que Tolkki não vive apenas de solos masturbatórios com influências clássicas, e que ele manda bem no violão acústico também, e que Jens Johasson é um melodista de mão cheia ou você ainda não se tocou que ele é um dos principais responsáveis pela qualidade das melodias? Outra coisa que podemos perceber e quanto o timbre de Kotipelto é bélissimo, as primeiras estrofes são fantásticas principalmente pelo sentimento que ele põe nelas. Tirando isso "Coming Home" é aquela balada com melodias fofas, vocais bonitinhos e que vai ficando mais grandiosa com o passar do tempo, assim como outras várias.

O disco fecha com a épica "Visions" faixa que eu acredito ser uma grande influência para bandas como o Rhapsody Of Fire. Apesar disso a maior faixa do disco se destaca mesmo pela atuação de Kotipelto que carrega a canção praticamente sozinho, a parte final da música é maravilhosa as palavras de Kotipelto realmente aliviam o ouvinte e por esse motivo eu sugiro que você a ouça lendo a letra a fim de entender a mensagem que Kotipelto transmite a cada estrofe.

Obs: A letra de "Visions" apresenta citações a Nostradamus escritor de As Profecias, livro muito debatido atualmente devido ao medo do fim do mundo.