12 de jun. de 2012

Luto!

Não entendeu? Leia aqui http://collectorsroom.blogspot.com.br/2012/06/rip-collectors-room-13102008-11062012.html

Atualização

Pouco tempo depois de me posicionar em luto a Collector Room lançou esse post http://collectorsroom.blogspot.com.br/2012/06/um-novo-comeco-e-um-pedido-de-desculpas.html?spref=tw

Espero que agora a Collector Room possa seguir adiante com seus posts de excelente qualidade e sem dar maiores sustos aos leitores.

10 de jun. de 2012

Stratovarius: Para começar a ouvir


Stratovarius é o 2º grupo de Power Metal mais influente (pau a pau com o Gamma Ray e na frente do Blind Guardian), influência que inclusive foi citada em um questionário preparado a alguns tempos onde eu perguntava qual foi o primeiro grupo a trazer o teclado para primeiro plano (instrumento principal). Na verdade o teclado havia surgido no Heavy Metal a muito tempo, mas o Stratovarius levou o uso desse instrumento a outro patamar influenciando muitos grupos posteriores.

Na verdade a cena finlandesa foi levada em consideração depois do surgimento do Stratovarius e boa parte das outras bandas sofrem influência deles, isso sem falar dos grupos que surgiram através da fragmentação de seus integrantes.

Agora vamos falar do objetivo dessa coluna; nela eu vou apresentar toda uma sequência de discos para um ouvinte iniciante conhecer uma banda, dizendo por onde começar e continuar. Os comentários sobre cada disco não serão resenhas propriamente ditas, na verdade elas tem a função de servir como um guia de audição explicando o que esperar de cada faixa.

O primeiro grupo escolhido foi o Stratovarius por vários motivos:

1- Banda obrigatória para fãs de Power Metal e Headbangers em geral, exceto aqueles que não curtem Power Metal.
2- É uma das bandas de Heavy Metal mais influentes da história como já foi dito.
3- É uma banda legal e fácil de ser ouvir o que facilita o meu trabalho de ouvir sua discografia.
4- Banda com vários periódos distintos em sua sonoridade, apesar de ser lembrada por apenas um.
5- Oportunidade para conhecer melhor o grupo.

Visions - 1997

01 - The Kiss Of Judas
02 - Black Diamond
03 - Forever Free
04 - Before The Winter
05 - Legions
06 - The Abyss Of Your Eyes
07 - Holy Light
08 - Paradise
09 - Coming Home
10 - Visions










O disco Visions é uma escolha muito obvia, mas se formos pensar bem não há melhor escolha para se começar a ouvir um grupo do que seu magnum opus, e o disco Visions é um disco de fácil audição, portanto ideal para começar. 


Para não perder tempo falando de aspectos técnicos farei isso antes de começar a escrever sobre as faixas. O som do Stratovarius pode ser descrito como uma explosão melódica, que é veloz e marcante. A voz de Timo Kotipelto é de uma personalidade incrível, ele estava cantando em seu 3º disco e havia sido muito bem aceito pelos fãs novos fãs do grupo, e sua atuação aqui é legendária.

Refrões poderosos e grudentos, solos individuais de teclado e guitarra com influência neoclássica, "interação uterina entre guitarra e teclado soando como apenas um instrumento" (Ricardo Seelig), Intervenções orquestrais, excelentes linhas vocais de Timo Kotipelto que se revelou para mim desde o dia que o conheci um dos maiores vocais do gênero.

Guia de Audição

Obs: Stratovarius é uma das bandas com as melhores letras, portanto aconselho que você as acompanhe

Os discos do Stratovarius do Visions até o Elements Pt1 sempre abrem com músicas mais comerciais, geralmente essas faixas são as melhores do disco. Aqui essa faixa é nada mais nada menos que a clássica "The Kiss Of Judas", com um refrão delicioso de ouvir e um belo solo.

Se prepare agora para ouvir um dos riffs de teclado mais famosos da história, sim me refiro a introdução da clássica "Black Diamond", faixa que mostra o primeiro solo conjunto de teclado e guitarra fundindo-se em apenas um único instrumento, e o refrão é um dos melhores do Power Metal.

Agora pegue a letra e cante com toda a força o refrão de "Forever Free", uma das melhores letras da banda. "Forever Free" é uma faixa que tem uma pegada que remete mais ao power metal clássico no inicio, mas logo no solo podemos ouvir o teclado em um solo isolado da guitarra. Álias um ponto a destacar e que eu ainda não o fiz, é a cadência maravilhosa entre os solos de guitarra e teclado do grupo finlandês que tornam seus solos ainda melhores, muitas bandas tentaram copiar a formula de solar com teclado e guitarra, mas poucas o repetem tão bem quanto o próprio Stratovarius.

Vamos desacelerar com a baladinha "Before The Winter" que apesar de ser uma música legal com um refrão marcante e belas linhas vocais de Timo Kotipelto dá uma baita desanimada no ouvinte que estava empolgado com as três primeiras faixas.

Mas não se preocupe que a faixa "Legions" já vai anima-lo, começando com seu riff tremendão e seu jeitão de hino épico, na verdade se não fosse a voz inconfundível de Timo Kotipelto e o solo todo pimposo de teclado no meio da música eu ia pensar que essa era um cover do Hammerfall. Não acredita? dá uma lida na letra e uma ouvida na música e veja se não parece.

Apesar de começar bem pesada a faixa "The Abyss Of Your Eyes" é uma faixa bem cadenciada equivalendo a algo como um Moderato se de música clássica estivéssemos falando. Um dos elementos que  acho legal nessa música são os efeitos especiais de eco em algumas frases cantadas por Timo Kotipelto, gosto também da estrofe que antecede o solo, o refrão é bacaninha, mas existem outros melhores.

Tá gostando dos solos ultra-velozes com referências de música clássica? Dos duos de guitarra e teclado e de suas fusões (apesar de o Visions não ser o disco em que essa caracteristica é mais evidente)? Se sim a próxima faixa foi feita para você. "Holy Light" é uma faixa instrumental que segue aquela tipica formula de solos clássicos com seu inicio em velocidade aceleradamente moderado (Allegretto), a parte acústica e para te acordar do cochilo a parte onde a música engatada com os solos fodões de Johasson e Tolkki e nessa parte há um peso muito bem vindo.

Não há melhor maneira de engatar o ouvinte depois de uma faixa instrumental do que uma faixa bacanuda como "Paradise" (outra letra bem legal que vale a pena acompanhar), e também serve para distrair o ouvinte que deve ter ficado confuso após o fim estranho de "Holy Light", pois ela não tem um fim definido pegando de surpresa os ouvintes que não estiverem atentos a contagem de tempo das músicas."Paradise" tem uma pegada Hard Rock, uma ponte fantástica melhor até do que o refrão e olha que o refrão é daqueles para se cantar a plenos pulmões nos shows ou em casa quando você estiver sozinho.

Tava demorando né? Mais uma baladinha para desagitar o ouvinte, mas fique tranquilo "Coming Home", apesar do nome génerico é uma balada ainda mais legal que "Before The Winter", e nela podemos perceber que Tolkki não vive apenas de solos masturbatórios com influências clássicas, e que ele manda bem no violão acústico também, e que Jens Johasson é um melodista de mão cheia ou você ainda não se tocou que ele é um dos principais responsáveis pela qualidade das melodias? Outra coisa que podemos perceber e quanto o timbre de Kotipelto é bélissimo, as primeiras estrofes são fantásticas principalmente pelo sentimento que ele põe nelas. Tirando isso "Coming Home" é aquela balada com melodias fofas, vocais bonitinhos e que vai ficando mais grandiosa com o passar do tempo, assim como outras várias.

O disco fecha com a épica "Visions" faixa que eu acredito ser uma grande influência para bandas como o Rhapsody Of Fire. Apesar disso a maior faixa do disco se destaca mesmo pela atuação de Kotipelto que carrega a canção praticamente sozinho, a parte final da música é maravilhosa as palavras de Kotipelto realmente aliviam o ouvinte e por esse motivo eu sugiro que você a ouça lendo a letra a fim de entender a mensagem que Kotipelto transmite a cada estrofe.

Obs: A letra de "Visions" apresenta citações a Nostradamus escritor de As Profecias, livro muito debatido atualmente devido ao medo do fim do mundo.

8 de jun. de 2012

Coluna do Pop: MDNA (2012)

Vivemos em um mundo que a música é tida como morta, pois de acordo com os melômanos nada que presta toca nas rádios. Ano passado entretanto com o surgimento da Adele e com os bons discos lançados por Lady Gaga e Beyoncé essa linha de pensamento começa a ficar questionável.

Madonna sempre aparece na mídia seja pela sua posição de rainha do pop, pelos seus namorados acéfalos, por suas posturas de defesa ao mundo gay ou pelo envelhecimento que a mesma tenta trapacear.

Mas hoje vamos focar na única coisa que importa para os melomânos, a música. MDNA é o décimo segundo disco de Madonna e logo de cara podemos notar o quanto a Ascenção da Lady Gaga influenciou no trabalho da mesma.

Madonna assim como Lady Gaga fez em Born This Way, aposta em elementos de eurodance contrapostos a ritimos eletrônicos tradicionais e retrôs para dar maior fluidez e variação as passagens eletrônicas que consistem no principal recurso melódico da Madonna.

O disco abre com "Girl Gone Wild" e seu refrão matador, a estrutura da faixa parece uma mistura de Daft Punk, Eurodance e a própria Madonna. o disco segue com "Gang Bang" e "I'am Addicted" que mostram uma curiosa influência de grupos como Kraftwerk, e mostram que a Madonna pode ser tudo menos acomodada em relação a sua própria sonoridade.

"Turn Up The Radio" é uma faixa excelente que mostra como as incursões no eurodance soaram bem nesse novo disco, ao mesmo tempo a faixa nos remetem aos bons discos que Madonna gravou no passado. Madonna visando agradar gregos e troianos decidiu gravar "Give Me All Your Lovin" com a presença das horrorosas Nick Minaj e M.I.A para assim estabelecer uma ponte entre o Mainstream e o Underground, o resultado acaba sendo satisfatório devido a coesão dos elementos que curiosamente combinaram com o estilo da Madonna.

E a partir da boa "Some Girls" que o disco dá uma leve decaída com a fraquíssima  "Superstar" que  me lembra uma faixa da Alexia que provavelmente você já ouviu, caso contrário relembre aqui. Apesar da batida bacana no inicio, a canção "I Dont Give A" é uma faixa irregular e a presença da Nick Minaj seria totalmente desnecessária se não fosse sua frase final que parece ser uma resposta aos detratores da Madonna. O fim de "I Dont Give A" é uma das coisas mais absurdas que eu já ouvi, a última vez que tinha ouvido algo tão estranho foi na faixa "Government Hooker" do Born This Way.

O disco dá uma bela guinada na sensacional "I'm a Sinner" uma faixa que mostra como ser retrô sem soar antigo, o que é bem interessante, pois quantos conseguem fazer isso? Outra coisa que eu acho bastante  interessante é como transformar uma canção bonitinha como essa em uma coisa tão profana quanto um Black Metal.

E não é que eles repetem a dose na excelente "Love Spent"? Música que usa excelentes recursos melódicos na sua construção, entre eles um violão acústico. Mas seu auge mesmo se dá no meio da música em que Madonna aliada a atmosfera cria um dos melhores momentos do disco e isso tudo acaba servindo de ponte para o excelente refrão.

Estou fazendo uma resenha e até agora não falei nada da cantora, estranho não? Pois bem, Madonna, possui um belo timbre e uma voz de timbre agudo que resplandece juventude, o que me deixa muito curioso para ouvi-la ao vivo e ver como é a voz dela naquelas condições.

O disco fecha com duas baladas, a eletrônica "Masterpiece" e a bélissima "Falling Free" que fecha o disco de uma excelente forma e é também a melhor atuação vocal da Madonna no disco.

Madonna sofreu algumas críticas que soaram muitos estranhas aos meus ouvidos; reclamaram que Madonna está querendo soar jovem e que ela precisa amadurecer em sua postura e nas letras.

A questão é que a música da Madonna é isso. Sua música é descontraída e jovem desde que a mesma despontou no cenário e eu adoro a suas letras bobinhas e divertidas, pois quem disse que só letras que abordam problemas socias ou que tem como base textos eruditos ou referencias cults são legais?

Como diria o mestre do impressionismo francês, Debussy, "A música não precisa fazer as pessoas pensarem... basta fazê-las escutar" e é isso que a música da Madonna simboliza: diversão descompromissada só que diferentemente do que a maioria das pessoas acredita, é possivel fazer isso com qualidade.

Tome como base o Helloween,Gamma Ray ou caso você não curta a vertente Power Metal os grupos de Hard Rock que em canções com letras bobinhas e bem acessíveis conseguiam produzir faixas bem legais.

Desmerecer Madonna porque a mesma se mostra com atitude bem jovial é um argumento bem fraquinho, visto que em toda a discografia dela a postura sempre foi essa, porque mudar? Madonna como vocês já leram não opta pela inovação propriamente dita, mas MDNA apresenta um conjunto de novas ideias a maioria interessante e outras nem tanto.

Alias o que é ser madura? ser madura é optar por vocais mais graves, fazer letras sérias, canções menos divertidas e com maior profundidade melódica? o que simplesmente pode ser traduzido como a perda total da identidade da artista, e se eu quisesse ouvir isso procuraria outro artista, pois o mundo está cheio disso.

O que está faltando no mundo hoje são canções com letras divertidas e de qualidade, e é exatamente essa a proposta do novo disco da Madonna, que mesmo depois de anos de carreira ainda consegue fazer  músicas simples, divertidas, bobas, inteligentes melodicamente, e de qualidade, coisas que muitos ídolos pop não conseguem fazer hoje em dia.

Nota: 8,5 ********1/2