10 de jul. de 2012

Ronnie James Dio (Rainbow)


Hoje, dia 10 de julho, seria o aniversário de 70 anos de um cara chamado Ronald James Padavona também conhecido como Dio ou Ronnie James Dio, uma das figuras mais famosas e queridas do metal e que inclusive foi o inventor do "Horns" simbolo mais famoso do gênero. A voz desse cara é algo místico, de personalidade única é uma daquelas vozes que reconhecemos nos primeiros versos independente de conhecermos ou não a música, Falarei mais sobre ela no decorrer do artigo.

Eu comecei a ouvir esse cara baixando todos os três primeiros discos do Rainbow e ouvindo as músicas fora de ordem o que gerou uma admiração imensa não só pela figura do Dio, mas também pela banda e pelo Ritchmore Blackmore que também era novo para mim, apesar de eu já ter ouvido falar dele. O Rainbow é uma banda injustiçada, apesar de ter feito certo sucesso no passado nunca entrou no hall das grandes bandas de Hard/Heavy e se você duvidar tem muito headbanger que jamais ouviu falar da banda.

Qualidade a banda tinha, evidentemente e eu nem vou discorrer sobre isso agora visto que eu teria que citar os discos do Rainbow sem o Ronnie James Dio e esse não é o foco agora. Hoje de manhã acordei com uma vontade de ouvir de novo aqueles discos que tanto marcaram aquele periódo e sentir um pouco de nostalgia, vi também que essa era uma ótima forma de sair do atraso em relação aos artigos e decidi dar uma pausa nesse negocio de ouvir os discos excedentes da minha playlist de 2012, botei os 3 clássicos do grupo para tocar e aqui vão minhas impressões.

Long Live Rock'n'Roll (1978)

01 - Long Live Rock'n' Roll
02 - Lady Of The Lake
03 - L.A. Connection
04 - Gates Of Babylon
05 - Kill The King

06 - The Shed (Subtle)
07 - Sensitive To Light
08 - Rainbow Eyes

Obs: As faixas negritadas são as melhores na minha opinião.









Iniciei pelo último disco do Ronnie James Dio no Rainbow pela satisfação de acordar e a primeira coisa a se ouvir seja a faixa-titúlo, "Long Live Rock'n'Roll", uma ode ao estilo cantada a plenos pulmões pela voz de um dos meus vocalistas preferidos dentro do gênero, essa sem dúvidas é a maior homenagem que se pode prestar a um vocalista tão querido pelo gênero quanto Dio.

Continuei com as divertidas "Lady Of The Lake" e "LA. Connection" que apresentam um Hard Rock/Heavy Metal setentista com pitadas de Blues bem descompromissado e com refrões bem divertidos. O lado "A" do disco se fecham com a épica "Gates Of Babylon" uma das melhores composições do Rainbow e uma faixa essencial para se entender como o Power Metal surgiu.

Antes de comentar o lado "B" do disco vamos falar sobre o contexto do disco. Dio era uma das grandes revelações do estilo, sua voz era única, não imitava o Coverdale, o Gillian, o Halford e nem o Plant, e por ser um frontman de extrema qualidade logo ficou reconhecido como um dos grandes, sendo que esse disco apenas sedimenta seu prestigio diante dos verdadeiros fãs do gênero.

O registo grave era espantoso, muito devido ao punch metálico onipresente na sua voz que aumentava o peso das composições, a dicção era perfeita e a voz era de uma expressividade assombrosa. Nada de falsete, seu registro agudo era de peito e um dos melhores do estilo, mais impressionante que isso era ver como sua voz poderosa por natureza se tornava bela e melancólica.

A segunda parte do disco começa com tudo com a poderosa "Kill The King" que seguida pela "The Shed" davam uma pista dos rumos mais pesados que sua voz passaria a tomar. Seguimos com mais um Hard Rock bastante divertido com a "Sensitive To Light" faixa que evidencia o talento de Blackmore nas composições carregadas de feeling. O disco fecha com a balada "Rainbow Eyes" dona de uma beleza sublime tanto na parte instrumental quanto por parte do trabalho vocal de Ronnie James Dio.

A junção de Ronnie James Dio e Ritchie Blacmore rendeu discos essenciais para os fãs de Hard Rock e Heavy Metal e o seu fim abriu espaço para uma das carreiras mais bem sucedidas da história do gênero.

Ritchie Blackmore's Rainbow (1975)

01 - Man On The Silver Mountain
02 - Self Portrait
03 - Black Sheep Of The Family
04 - Catch The Rainbow

05 - Snake Charmer
06 - The Temple Of The King
07 - If You Don't Like Rock'n'Roll
08 - Sixteenth Century Greensleeves
09 - Still I'm Sad











O trabalho de estreia do novo projeto do ex-guitarrista, Ritchie Blackmore, chamou a atenção dos fãs de rock simplesmente pela presença deste, mas o que esses fãs não esperavam era conhecer uma das maiores revelações da história do estilo, revelação que atendia pelo nome de Ronnie James Dio.

O disco todo é um apanhando de excelentes composições carregadas de feeling e de elementos neoclássicos bem discretos que podem ser considerados como precursores do Power Metal em suma: Um Hard Rock/Heavy Metal com pitadas de blues e de música erudita bastante empolgante. A capa por si só já nos transporta para o mundo mágico criado por Blackmore sendo uma das mais belas do gênero.

O disco abre com um excelente riff e logo entra a voz que a partir daquele momento seria alçada a uma posição superior dentro do metal, curiosamente eu não gostei tanto assim da "Man On The Silver Mountain" nas minhas primeiras audições, mas o tempo se encarregou de me mostrar a genialidade dessa canção.

Não tinha como não gostar da safadeza divertida da "Black Sheep Of The Family" uma das minhas faixas preferidas do Rainbow até hoje, antes dela tinha a boa "Self Portrait" que para estar entre as melhores faltou um refrão mais elaborado. "Catch The Rainbow" é uma das baladas mais belas do estilo com Ronnie James Dio mostrando sua versatilidade.

"Snake Charmer" era um "hardão" poderoso conduzido por riffs matadores de Blackmore e uma atuação empolgante de Dio  para tirar o ouvinte do estado de calmaria da faixa anterior, logo depois vinha a próxima balada do disco, "The Temple Of King", outro grande destaque do disco. "If You Dont Like Rock'n'Roll" podia muito bem estar em uma coletânea de hinos do rock devido a sua letra, um fato curioso que me acontece é que sempre que eu a ouço eu lembro de "Tutti Frutti" do Little Richard, cantor que é considerado um dos precursores do Rock'n'Roll

Nas últimas duas faixas há de se salientar o excelente trabalho de Blackmore devido aos excelentes riffs e solos de "Sixteenth Century Green" e por ter conseguido produzir uma faixa instrumental bacana como "Still I'm Said" que tem uma melodia que eu consigo reconhecer bem, mas não me lembro da onde que eu a conheci.

O disco foi muito bem recebido pelos fãs que mal podiam esperar pelo próximo disco desse novo projeto, infelizmente o tempo não foi justo com essa banda a relegando a uma posição secundária.

Rising (1976)

01 - Tarot Woman
02 - Run With The Wolf
03 - Sturstruck
04 - Do You Close Your Eyes
05 - Stargazer
06 - A Light In The Black















Ao terminar de ouvir um disco como esse de uma banda que não é tão conhecida de todos os headbangers você se pergunta: "Como uma banda tão importante como essa foi esquecida?" Músicas como "Tarot Woman" influenciaria profundamnte bandas como o Stratovarius, Yngwie Malmsteen, Avantasia e até o próprio Dio. O teclado nesse disco passa a assumir uma posição mais relevante chegando a solar em algumas faixas criando o efeito de fusão entre a guitarra e o teclado e destruindo  a minha tese de que o Stratovarius era precursor nisso.

Esse disco pode ser dividido em 2 partes: Hard Rock/Heavy Metal com pitadas de blues e Hard Rock/Heavy Metal com uma boa dose de algo que no futuro seria considerado Power Metal. Pertencente ao primeiro grupo temos as "Run With The Wolf", "Starstruck e a "Do You Close Your Eyes" sendo a última a minha preferida devido a performance de Dio e pelo clima divertido dessa canção.

Na segunda parte do disco temos a já citada "Tarot Woman" com sua introdução de teclado inconfundível. "Stargazer" é a melhor composição do Rainbow e um atestado da genialidade de Dio e Blackmore que juntos proporcionam no ouvinte fã de Heavy Metal épico um estado de frenesi. A relação entre guitarra e teclado que influenciaria o Stratovarius no futuro pode ser observada em "A Light In The Black" faixa que encerra o disco com uma excelente performance de Blackmore e Tony Carey.

Considerado por muitos o melhor disco da banda para mim Rising se destaca pela notável influência que ele exerceria nas bandas futuras e por possuir a melhor música da banda, se é o melhor ou não, não consigo decidir mas com certeza é um dos melhores.

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