20 de jul. de 2011

Judas Priest - Sad Wings Of Destiny (1976)

No primeiro álbum do Judas Priest, o Rocka Rolla, lançado em 1974, não podemos encontrar nenhum diferencial que realmente chamasse a atenção, pois, apesar de ser um trabalho competente, apenas segue as tendências da época, muito semelhante ao som que o Black Sabbath e Deep Purple já estavam fazendo, com influência do Blues e ainda não souberam aproveitar o único diferencial da banda, que eram as guitarras gêmeas, sendo um álbum que não foi capaz de mostrar toda a capacidade que a banda tinha para se tornar uma das maiores bandas do Metal

Escrito por Matheus Tavares
Porém, se a ideia deles era se redimir e se superar de maneira milagrosa, moldar uma identidade própria e totalmente original através de um disco de incrível qualidade, nossos queridos Sacerdotes de Judas conseguiram.
Podemos ver que a superação começa pela capa do álbum. No lugar de uma garrafa de Coca-Cola falsificada, temos uma belíssima e polêmica arte, a figura de um anjo, caído e rodeado por chamas numa paisagem infernal e em volta de seu pescoço, a marca registrada da banda, a "Judas Priest Cross". Pois é, só pela capa já podemos perceber que o disco realmente será bom, ou pelo menos, melhor que o anterior.
Logo no primeiro play, somos presenteados com um clássico, Victim of Changes, riffs contagiantes que devem ser obrigatoriamente acompanhados por headbangs e Rob Halford simplesmente detonando nos vocais alcançando notas muito altas. Mas algo que realmente chama atenção nessa música é que ela tem vários momentos distintos, começando com um Heavy/Hard contagiante e divertido, mas depois de um solo realmente muito bem executado no meio da música, ela fica mais lenta, formando uma atmosfera obscura, mas depois ela volta ao peso com notas absurdamente altas cantadas por Rob e mais um solo, acabando com um grunhido totalmente insano e mais "berros" de Halford. Podemos dizer que agora sim aproveitaram da melhor maneira o uso das duas guitarras e fizeram um som diferenciado.
E a qualidade de clássico continua com a próxima música, The Ripper, com um som mais direto e cadenciado e com o "Metal God" mais uma vez fazendo vocais impecáveis. Mais um adicional a essa música é sua interessante letra, que fala sobre ninguém menos que Jack, o Estripador.

Nocturnal and nameless Except for the ripper
Or if you like
Jack The Knife

Eis a prova do que disse...
Com uma introdução composta por um belíssimo dedilhado e com vocais bem suaves, somo apresentados a mais uma música destruidora, Dreamer Deceiver, um momento de maior complexidade do álbum, sendo também um de seus melhores momentos. Sem sombra de dúvidas contém o mais belo solo do disco, longo e melodioso, demonstrando toda a técnica dos guitarristas. Sem mais nada a dizer, apenas: Mais um clássico.
Depois de 5 minutos e 52 segundos em transe, somos trazidos de volta ao plano terreno com Deceiver, um Hard Rock pesadinho com cara de anos 70. Rob simplesmente nos presenteou com mais uma performance vocal surpreendente e suas notas altas depois do solo são de arrepiar. A música ainda acaba com um belo dedilhado que deixa a gente com vontade de repetir a música milhares de vezes, é realmente viciante!
Então um prelúdio vem para nos preparar para a próxima faixa, adivinhem o nome do prelúdio! - Prelude - surpreendente, mais surpreendente que isso é só o prelúdio em si, um instrumental belíssimo e que deixa aquele ar de suspense...
... mas, ao fim do prelúdio, começa um riff totalmente contagiante que nos obriga a acompanhá-lo com a cabeça e vocais brilhantes. Assim começa mais uma com cara de clássico, Tyrant, que possui um refrão viciante, mas que no final pode parecer um pouco repetitivo, mas que de qualquer forma, não estraga a faixa (na realidade, quanto mais você a ouve, mais quer ouvir).
Depois de Tyrant, riffs precisos e mais uma vez contagiantes nos apresentam a pesada e direta Genocide, mais uma faixa viciante e que contém um refrão incrível que realmente chama atenção, terminando com um solo que nos deixa com a aquela sensação de "já acabou? eu quero mais!".

Então temos Epitaph, uma balada lenta tocada no teclado, que é realmente um pouco chata, que nos apresenta Rob cantando com vocais mais graves, porém muito enjoativos.
Mas logo temos aquela sensação de contraste com a última faixa do álbum, Island of Domination, pesada e contagiante. Um adicional para essa faixa é que ela apresenta mudanças ao longo do tempo, sendo elas feitas de maneira harmoniosa, fazendo com que sua audição seja muito prazerosa.
Esse álbum veio para mostrar a identidade da banda, mostrando um som original, um Heavy Metal com pegadas Hard Rock, se desfazendo das influências Blues. Com certeza esse foi o primeiro passo para o sucesso do Judas Priest, sendo sem sombra de dúvidas, um grande passo, pois seria impossível que um disco impecável (quase, pois só peca um pouco na balada Epitaph) e incrível como o Sad Wings of Destiny não chamasse a atenção e se tornasse um dos maiores clássicos dos anos 70.
Não é a toa que eles são os Metal Gods!!!
Nota: 9 *********
 

4 comentários:

  1. muito boa essa resenha cara!

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  2. Valeu
    Me esforcei pra fazer, mas achei que ela ficou um pouco repetitiva, não ficou?

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  3. Gostei da resenha, deu vontade de ouvir o disco.

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  4. Gostei para caramba! Agora sei porque perdi kkkkkk...

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